segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Eu sou essa pessoa a quem o vento chama,

a que não se recusa a esse final convite,

em máquinas de adeus, sem tentação de volta.


Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza:

Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:

já de horizontes libertada, mas sozinha.


Se a Beleza sonhada é maior que a vivente,

dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho ?

Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.

Pelos mundos do vento em meus cílios guardadas

vão as medidas que separam os abraços.

Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:


“Agora és livre, se ainda recordas


(Solombra, p. 794 )

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